Lembramos que o mesmo deverá ser encaminhado para o setor de comunicação.
14ª CRE – 60 ANOS DEDICADOS À
EDUCAÇÃO
O ENSINO MÉDIO NOSSO DE CADA DIA
Por que o
Ensino Médio Politécnico? Responder e justificar a interrogação é,
relativamente, fácil se compreendermos que o mundo, a sociedade, a escola, as
pessoas estão em constante transformação. Por que propor a reestruturação
curricular do Ensino Médio, renomeando-o de Ensino Médio Politécnico? Mero
devaneio de alguém que não tem o que fazer ou mostrar serviço? Ouve-se de tudo.
Entendo ser
mais do que um mero devaneio ou mostrar serviço. Numa perspectiva bem prática
poderíamos nos interrogar sobre a serventia do ensino médio. Para que ele
serve? Para que ele deve formar? Para o
vestibular? Para a universidade? Para a cidadania? Para o mundo do trabalho?
As
transformações da sociedade contemporânea e as novas exigências para a formação
das juventudes deve ser o contexto para pensarmos o Ensino Médio e, neste
sentido, devemos pensar para além de uma perspectiva puramente prática ou de
sua serventia. Se observarmos os indicadores do ensino médio no Rio Grande do
Sul, que apresenta uma defasagem idade-série de 30,5%, um índice de abandono de
13% e um índice de reprovação de 21,7%, que outros motivos são necessários para
justificar uma reestruturação curricular?
A
reestruturação curricular do ensino médio, além de propor a superação dos altos
índices de reprovação e evasão, procura atender as orientações da LDBEN (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional) Lei nº 9.394/1996; do parecer Nº 5/2011 do Conselho Nacional de
Educação/Câmara de Educação Básica (CNE/CEB), que discorre sobre as diretrizes
curriculares do Ensino Médio e, por fim, a resolução Nº 2/2012 do CNE/CEB que
define as diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, atendendo,
dessa forma, as demandas de formação que a sociedade contemporânea está
exigindo.
Nesta
perspectiva, o Ensino Médio Politécnico volta-se à formação das diferentes
juventudes que estão na escola. Uma formação voltada à compreensão da
totalidade social, que articule a ciência, a cultura, o mundo do trabalho e a
tecnologia. Uma formação plena e integral.
Martin Kuhn
O
ENSINO MÉDIO NOSSO DE CADA DIA II
O
que é o Ensino Médio Politécnico? Inúmeras controvérsias se estabeleceram a
partir do anúncio e apresentação da proposta do Ensino Médio Politécnico pela
Secretaria Estadual de Educação (SEDUC/RS). A intenção não é entrar nas
controvérsias, tampouco, desqualificá-las, apenas apresentar, ainda que
sucintamente, alguns pontos da proposta.
O
Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica. Em conformidade com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/1996, art. 35, –
apresenta os seguintes objetivos: aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
no ensino fundamental; a preparação básica para o trabalho e a cidadania; o
aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão
dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando
a teoria com a prática assegurando a formação integral do estudante. Não
menosprezando a relevância dos outros aspectos, mas a forma como o Ensino Médio
estava até então organizado não assegurava a formação integral, tampouco, esta
articulação com o mundo do trabalho e a formação para cidadania, o que passou a
ser uma de suas prioridades.
Mas
por que politécnico? Conforme Saviani, “(...) politecnia diz respeito ao
domínio dos fundamentos científicos das diferentes técnicas que caracterizam o
processo de trabalho produtivo moderno” (1989, p.17). Neste sentido, o Ensino
Médio Politécnico não profissionaliza, contudo, “(...) deve estar enraizado no
mundo do trabalho e das relações sociais, de modo a promover formação
científico-tecnológica e sócio-histórica a partir dos significados derivados da
cultura, tendo em vista a compreensão e a transformação da realidade” (SEDUC,
2011, p.14).
O
Ensino Médio Politécnico, para além da preparação para o vestibular, tem por
finalidade aproximar o aluno das práticas sociais, da cultura, da tecnologia,
da ciência e do mundo do trabalho. Entre suas intenções não figura a formação
de mão de obra para o mercado de trabalho, intenciona-se sim, que o aluno se
aproxime, que conheça e compreenda o mundo do trabalho e, desta forma,
amplia-se a possibilidade de formação de sujeitos que possam se inserir na vida
produtiva numa perspectiva cidadã.
Martin Kuhn
Nenhum comentário:
Postar um comentário